quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Despedida II

"Nunca esqueça o quanto eu te amo", ele me disse antes de sair mundo afora. Foi então que descobri que aquele era o fim e que uma grande parte de mim estava me deixando. Por mais dolorido que aquilo fosse, eu não poderia deixar de ficar me perguntando como a vida seria agora, sem ele. E tudo parecia muito perdido, sem sentido, morto. Uma vida passava por minha cabeça, a minha vida, e eu só conseguia me perguntar "e agora?". Eu me sentia incapaz enquanto o via indo embora, a procura de uma nova vida. Uma vida sem mim.

domingo, 24 de outubro de 2010

Mar de oportunidades

Olhe para frente: existem vários caminhos que você pode seguir. Sei bem que agora você só consegue ver o óbvio, uma rua bem asfaltada com cerca nos lados, mas proponho que você observe um pouco mais o mundo de escolhas a sua volta. Se você seguir reto, pela estrada asfaltada, continuará numa vida de mesmice eternamente, sempre sem graça, sempre sem grandes aventuras. Você pode, por sorte ou azar, topar com algo no caminho, mas é muito melhor quando você corre atrás das coisas. Então pule a cerca, analise um pouco o território e saia correndo a procura da vida. No caminho você pode pisar em espinhos, cair ou se deparar com monstros e afins, mas continue, afinal é assim, com desafios, que fica melhor o saborzinho de vitória. Tenho certeza que depois de uma caminhada, curta ou longa, você vai encontrar o que tanto precisa. Existe ao seu redor um mar de oportunidades, cabe a você desistir da estrada fácil e ir à luta.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Balão

Cheguei a conclusão de que não vale a pena eu ficar enganando a ele e a mim mesma quanto aos meus sentimentos. O que sinto por ele é como um balãozinho muito pequeno e com o plástico muito duro. Por mais que eu me esforce, encha meus pulmões com toda minha força e minha vontade, não consigo expandir os limites do plástico. Se eu forçar demais, o balão vai explodir, eu vou me machucar e quem estiver perto de mim também, porque quando explode o plástico machuca. E eu definitivamente não quero machucar mais ninguém.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Passado

Extremamente decepcionada. É assim que me sinto. Não sei se por você ou por mim mesmo, ou quem sabe até com nós dois. Não importa. Eu errei, você errou. Todos erramos, todos erram, e cabe a nós descobrirmos o erro e lutarmos para concertá-lo.
Pra ser sincera, creio que já não é tempo de concertar. Nosso tempo acabou, não há mais o que fazer, nenhuma palavra ou olhar pra trocar. Eu me sinto perdida as vezes te procurando, mesmo sabendo que não vou te achar. E, se eu achar, minha única reação vai ser abaixar a cabeça e seguir em frente. E abaixar a cabeça é, sim, uma maneira de demonstrar fraqueza. Eu sei que não sou a pessoa mais forte do mundo, e queria que você soubesse também que não sou totalmente fria.
Me dói profundamente você ter conhecido somente meu pior lado. A princípio, quando nos conhecemos, era ele quem reinava em mim, mas de certa forma você foi despertando um certo interesse no meu lado bom. Eu tive medo. Se tem algo que o que já vivi me ensinou, é ter o máximo de cuidado em saber quem é que pode conhecer você de verdade, em saber pra quem posso abrir as portas do meu coração. De modo que, quando você batia na porta, tentando entrar, meu instinto foi soltar os cães e acabar com tudo.
E eu senti sua falta. Sabemos que sim. Tanto que voltei atrás, e daí, quando eu estava cautelosamente esperando algum sinal de você para eu poder mostrar quem eu realmente era e o que eu realmente sentia, você se tornou frio. Deixou de ser aquele garoto carinhoso, amigável, simpático e fofo que eu conheci. Deixou as características que tanto me encantavam de lado e assumiu o mesmo papel que eu tinha no início. Eu entrei em desespero, praticamente, e fiquei durante sete dias tentando me aproximar de você. Tentei muito, juro, mas já se foi o tempo em que eu ficava muito tempo lutando por alguém. Compreendi naquele momento que, se no início você sentia algo por mim, agora era apenas por prazer. Me senti um objeto, sendo usada de vez em quando e só. Você não me procurava, praticamente não falava comigo, e naquelas duas vezes que nós nos vimos a única coisa em que você estava interessado era me beijar e sei lá mais o que.
E isso me magoou profundamente. Foi como um tapa na cara, mostrando que continuar no erro não me levaria a nada.
Poderíamos ficar nisso a vida toda, mas em um instante de alegria alguém carinhoso e sempre presente se aproximou de mim, e quando eu vi, já estava dando a oportunidade que você tanto queria pra ele.
Não foi por querer. As coisas simplesmente aconteceram, tomaram esse rumo. Por um pequeno instante, se você pedisse eu voltaria atrás. Mas pra que? O que eu ganharia em correr atrás de alguém que me julgou pelo que fiz quando estava planejando fazer o mesmo?
Eu queria que você conhecesse meu lado bom. No início fui eu quem optei em mostrar o pior de mim, mas enfim, se você gostou tanto disso, fique agora vendo meu lado mais frio, mais distante, mais estúpido, enquanto alguém que realmente gosta de mim recebe todo o carinho que sou capaz de dar.
Eu sei muito bem que grande parte das coisas aconteceram por influência minha. Mas, tenha certeza, se eu simplesmente esqueci que você existe agora é puramente porque eu me decepcionei e muito contigo, e se você acha que fazendo algo vai conseguir me afetar, está enganado.
Tudo o que eu sentia está muito bem guardado, e eu já fechei as portas, tranquei e mandei fecharem a rua de acesso a mim.
Então simplesmente adeus, e que você um dia saiba realmente o que é gostar de alguém, o que é sofrer por alguém.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E você me faz tão bem... Sei bem que eu deveria levar em consideração as coisas ruins que já me fizeste, mas nada disso importa quando paro pra pensar. Minha vida fica vazia e eu fico me torturando o tempo todo quando você está distante, eu me sinto infeliz e nada nem ninguém consegue mudar isso. Posso esquecer um pouco toda a felicidade por um momento, achar alguém pra me distrair, mas só você consegue me fazer sentir assim. Assim... feliz, compreendida, completa. E sabe? Não espero nem quero nada de você. Só vou pedir pra continuarmos assim, sem ferimentos, somente amigos. Só vou pedir que fique aqui...

domingo, 17 de outubro de 2010

Meio

Sabe, tem vezes que pareço estar completamente curada, nem lembro quem é você e até me permito conhecer e pensar em novas pessoas. Só que em outros momentos eu começo a pensar demais em tudo e, aí, é impossível não pensar pelo menos um pouquinho em você. Eu queria te ter por perto, pelo menos como amigo. Não que eu ache que você seja uma pessoa muito legal, até porque você nunca se importou com meus sentimentos. Mas sinto falta dos conselhos que só você sabia dar, do jeito estranho que só você tem, dessa vida sem sentido. O que me incomoda é que pra você tanto faz... Eu queria poder brigar mais, queria te ofender de tudo pra poder liberar a raiva que tenho por você ter me rejeitado. Por você ter me iludido, brincado com o que eu sentia. Eu fico escrevendo os lados positivos e negativos, tentando decidir se vale a pena ou não tentar conversar novamente. Mas no fundo eu sei que não. Fico tentando achar alguma desculpa, mas sei muito bem que não vai me levar a nada. A pessoa de quem eu tanto gostava que conheci dentro de você foi se apagando aos poucos e acho que isso é o que mais me machuca.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Lados

E a cada dia aparece um novo você, sempre me surpreendendo. Surpresas nem sempre são boas, nem sempre são ruins, mas agora simplesmente não sei mais qual destes é você ou se não é nenhum e simplesmente se esconde. Primeiro eu não queria te conhecer, fugia sempre que possível. Então conheci o bonzinho, carinhoso, gentil. Este durou certo tempo, até eu ser legal também. Depois surgiu um mais quente, não tão bonzinho. Gostei desse mas nem tanto e quis me afastar um pouco. Depois eu, com meu problema em não gostar de solidão, quis voltar. Então conheci um outro você, um que tinha perdido toda a bondade, todo o carinho e toda a gentileza. Não gostei desse. Nem um pouco. Então foi a hora de nós conhecermos uma nova eu, uma que você não gostou muito. Você me odiou, com toda a razão. Não vou mais discutir quanto a isso. Mas daí você retornou e então não era nem bom nem ruim, só um meio termo. Depois foi se tornando extremamente agradável, não tanto quanto no início, mas ainda assim bom o suficiente pra me despertar um sinal de interrogação. Então acabaram com isso e me apresentaram a imagem de alguém nojento. Por vezes me pergunto se fui eu quem acabei com o garoto gentil do início, mas prefiro não acreditar nessa teoria, até porque poucas pessoas conheceram o teu lado bom que eu conheci. Agora você nojento e você legal disputam e não sei mais quem é você. Agora leia, entenda que estou escrevendo simplesmente para você e me ajude. Não quero nada, não quero você. Só quero saber quem és, porque só assim poderei saber o que estou sentindo.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quase-despedida

É um tanto triste parar pra prensar no que está no que aconteceu, no que está acontecendo e, baseando-se nisso, tentar imaginar um futuro. Sei bem que de vez em quando fico imaginando formas em que eu poderia te perdoar, as coisas que você deveria me falar e com que intensidade me olhar. É um tanto doentio ficar se torturando o tempo todo com pensamentos que me levam até você, mas sabe, já não ando me torturando tanto assim. Eu não vou dizer que as coisas de sempre pararam de te trazer na minha cabeça, como certas músicas, certas palavras, certos toques ou certas pessoas. Mas já não é o tempo todo, por vezes fico horas e horas sem pensar em você nem sequer por um segundo. Daí alguém me pergunta como você está e eu só posso dizer que não sei. Ou digo que está morto? Eu sinto falta do que você me fazia sentir. Das coisas que você falava e que me faziam sorrir, dos conselhos que só você sabia dar. É disso. Não precisaria de mais nada além disso, nada de físico. Mas é impossível tentar ter uma conversa com alguém que, ao ver que não quero mais nada, fica usando sempre as mesmas técnicas pra me conquistar. E ei, eu entendo que você não gosta de mim. Sei disso como sei também que o que faz você insistir tanto toda vez que está me perdendo é o simples gosto pelo desafio. Não sou mais um desafio, você já desgastou o suficiente. Mas saiba que depois de um tempo vou estar curada novamente e eu sei que depois desse tempo você vai aparecer de novo. Eu demorei pra entender como seu mundo funciona e, agora que entendi, também sei como me afastar cada vez mais, sem chances de voltar atrás. Estou indo embora. Posso ser bem lenta quanto a isso, andar bem devagar e dar uma olhadinha de vez em quando... Mas você não tem mais chances de me alcançar e já vou avisando que tentar me puxar pela mão não vai me fazer parar.