segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Limpando Janelas

De certa forma costumamos criar uma imagem para cada um que conhecemos. Criamos expectativas. O normal seria trocar a imagem pelo real, depois de conhecer a pessoa. Mas no caso das pessoas que por algum motivo mexem com a gente, é diferente. É muito mais confortável viver com algo que lhe agrada, algo fora de perigo. Você diz não gostar de tal pessoa, mas já parou pra pensar os motivos disso? Talvez não, mas muitas vezes somos nós que criamos a imagem que vemos. Você acha que ela é uma coisa e é totalmente ao contrário... A janela suja por onde você costumava olhar foi limpa e você começou a ver as coisas como realmente são. E daí vem o grande problema amoroso. Não existe o príncipe encantado, não existe o cara perfeito, tudo depende de como você vê. Você pode achar, sim, o cara perfeito para você, mas o deixe mostrar isso. Não fique sonhando com isso, se torturando quando ele não tem nada a ver com o que você tanto queria. Esteja aberta para surpresas. Talvez se tratássemos todos como um igual, teríamos mais chance de ver quem realmente vale a pena se destacar. Não é questão de esperar sentada pela pessoa certa e sim de ter em mente que qualquer um pode ser esta pessoa e, a partir de então, começar a se surpreender com pessoas que você nunca imaginaria serem tão... Interessantes.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Adeus, Caro Meio

Ela já cansou de escrever textos esperando você. Já cansou de ficar se declarando ao vento, apaixonada por alguém que nunca existiu. Cansou das conversas, daquela facilidade pra arranjar alguma desculpa e a fazer acreditar que está tudo bem. Você tem razão, você não é o mau da história, porque não existe história. Se existisse, seria só ela com seu amigo imaginário. Ela criou você, assim como criou expectativas e sonhos que nunca aconteceriam de verdade. Criou um futuro que nunca aconteceria, criou palavras que você nunca diria e criou um sentimento que você jamais sentiria. Criou tudo acreditando que poderia se tornar real, milhões de vezes. Milhões de vezes você quebrou todas as suas criações, todas as suas fantasias. Milhões de vezes ela montou tudo apressadamente, deu alguns ajustes e foi correndo atrás de você. Você é o mau do mundo real, quem a deixou acreditar que estava vivendo alguma coisa, quem a fez continuar a viver no mundo de mentira. Você é a mentira, porque você não existe. Eu escrevo isso para alguém que ela inventou, não para seu verdadeiro ser. Seu verdadeiro ser conheço pouco, mas o bastante para querer me manter bem longe. Então, caro Meio, esta é a despedida. Você foi sim a pior pessoa que ela conheceu até agora, mas sei que ela encontrará muitas outras pela frente. Sei que ainda viverá muito, que você só foi uma parte pequenininha que estará bem fraca no passado dela, assim como tantas outras. Agora quem amou você se despede e não vai mais voltar. Eu diria que não adianta correr atrás, se fosse eu a pessoa que tanto acreditava no seu lado bom. Mas ela já se foi, caro Meio. Se foi lamentando por você não ter tido a oportunidade de sentir o que ela sentia. Agora ela sente pena de você. Agora ela se despede de você.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E onde foi parar?

E onde é que foi parar? Onde é que foi parar aquela menina carismática, que só pensava em fazer o bem e era extremamente simpática? Em que lugar se meteu a pessoa que era independente, além de doce era forte, inteligente e sabia muito bem continuar vivendo após uma perda? Como foi sumir aquela que era repleta de sonhos, amigos e alegria, que estava sempre pronta pra um novo dia, que sempre tinha em quem confiar? Ó céus, devolvam-me a garotinha perdida, que depois de tanta ferida, acabou tornando-se solidão.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Móveis

Hoje cheguei em casa e, logo após abrir a porta, notei que a casa estava vazia, sem os móveis de sempre. Tinha sim a TV em um canto e uma ou outra cadeira, mas todo o resto tinha desaparecido. Os móveis muitas vezes me chateavam e não me agradavam. Muitas vezes não eram o que eu realmente queria ali, mas de qualquer forma toda vez que eu precisava vê-los eles estavam lá. Estiveram todas as vezes que abri a porta, todas as vezes que eu chegava cansada e precisava me apoiar em alguma coisa. Agora tinham ido embora, todos juntos, deixando um vazio imenso em casa. E em mim. Um vazio dolorido. Então lembrei que nem sempre foram meus. Que assim como todas as outras coisas da vida chegaram, permanceram por certo tempo e depois foram embora. E talvez seja esse o esquema: tentar não se acostumar com as coisas, porque elas um dia irão embora. Sempre vão. Então você tem que entrar normalmente em casa, fingir que nada aconteceu e, então, sair atrás de novos móveis. O mundo está cheio de móveis, muitos desses melhores que estes que abandonaram.